5 – Parentes e contraparentes


Em Portugal: alguns exemplos do sobrenome Pinho

Pessoas que viveram em Portugal, supostamente da família, encontradas na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira:

Abel Augusto Correia de Pinho, juiz de Direito no século XX. Fez o curso de Direito na Universidade de Coimbra. Quase toda sua carreira de magistrado foi feita nas Colônias. Exerceu o cargo de procurador da Coroa e Fazenda, em Goa; presidente da Relação, em Lourenço Marques; presidente do Tribunal da Relação, no Porto. Em 16/11/1922, foi promovido ao Supremo Tribunal em Lisboa, por morte do juiz Roças Falcão. Em 11/06/1913, foi nomeado presidente deste Tribunal até 1919, data em que, por motivo de saúde, se demitiu. Foi considerado pelo seu grande saber e altas virtudes morais.

Padre Aires Tavares de Pinho, sacerdote no século XIX, pároco de São Martinho de Salréu. Foi um dos párocos que, em documentos oficiais que se publicaram, apreciavam muito desfavoravelmente o silêncio dos seus superiores. Foi encontrado ofício datado de 13/06/1865 onde afirma sua posição.

Antônio de Pinho, militar do século XVII que muito se notabilizou durante a sublevação do Reino de Candeia, sob as ordens de D. Jerônimo Azevedo, que lhe confiou a praça de Balané, porta do reino da Candéia, a quatro léguas da Capital, com oitenta homens e ordens expressas de se não mover dali, o que não lhe foi possível porque o inimigo atacou com grande violência o paço, e o reforço recebido não foi suficiente para fazer frente aos adversários.

Antônio de Pinho, compositor musical, cantor e poeta, natural de Abrantes, de quem se ignoram as datas de nascimento e morte. Foi cantor da Sé de Évora e compôs excelente música. Publicou muitas obras, tendo composto um poema intitulado: “Vida e Martírio do Infante Santo D. Fernando”, filho de El-Rei Dom João, o primeiro.

Bernardino Álvaro Vicente de Pinho, médico e farmacêutico químico pelas Faculdades de Medicina e de Farmácia da Universidade de Lisboa, na freguesia de Pinheiro Grande (Chamusca) a 05/10/1896. Foi diretor da Federação Acadêmica de Lisboa e presidente de sua assembléia geral. Exerceu as profissões farmacêutica e médica, abandonando primeiro uma e depois a outra, para se entregar exclusivamente aos serviços de higiene pública. Em 1950 fazia parte do quadro do pessoal técnico da Direção Geral de Saúde, como diretor de serviços técnicos. Foi subinspetor e inspetor do exercício farmacêutico, devendo-se-lhe, em grande parte a organização dos serviços de farmácia e estupefacientes. Foi professor do curso de Medicina Sanitária, onde ensinou Higiene da Alimentação e Águas de Abastecimento. Foi vogal médico da Comissão de Fiscalização das Águas de Lisboa. Representou a Direção Geral de Saúde do Concelho Superior das Indústrias, na comissão reguladora dos produtos químicos e farmacêuticos na Comissão Nacional do tráfico de ópio. Estudou na Inglaterra e França os processos de purificação de águas que aplicou em Portugal, nomeadamente nas cidades de Lisboa e Porto. Entre outras missões de serviço público, tomou parte no Congresso de Depuração de Águas efetuado em Liége, no ano de 1939, e fez parte da Delegação Portuguesa à 1a Assembléia da Organização Mundial de Saúde, reunida na cidade de Genebra, em 1948. Premiado como estudante, foi louvado várias vezes em sua vida profissional. Além de relatórios inéditos, escreveu e publicou os seguintes trabalhos: A primeira farmácia de Portugal, in Jornal da Sociedade farmacêutica Lusitana em janeiro de 1929; Os Cursos de Farmácia em Portugal, tese apresentada ao Conselho Nacional de Farmácia realizado em Lisboa no ano de 1927; Os Sais de Amônia na Correção da Cloragem das Águas de Abastecimento, relatório de ensaios na estação de Barbadinhos, em 1932; Como funcionam algumas piscinas, in Revista de Clínica, Higiene e Hidrologia em abril de 1935 e outras.

Cândido Augusto Correia de Pinho, médico e professor nascido na Vila da Feira em 1853 e falecido na Foz do Douro em 1919. Estudou na antiga Escola Médico-Cirúrgica do Porto, formando-se em 1877, onde depois foi professor catedrático de Medicina operatória e obstetrícia. Em 1913, foi eleito Diretor da Faculdade de Medicina; foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto. No ano de 1908, no exercício da presidência do município, foi condecorado com a grã-cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição. Publicou vários trabalhos, entre eles, O Princípio da Hereditariedade, em 1887; As Localizações Cerebrais e a Topografia Cérebro-Craniana sob o Ponto de Vista das Indicações do Trépano, em 1880.

Frederico de Pinho, arquiteto do século XIX. Esteve em Roma para estudar Belas Artes de 1863 a 1865.

Inácio Rodrigues de Pinho, pintor nascido no Porto, em 09/12/1872, e falecido no Arco do Baúlhe em 03/03/1936. Frequentou a Academia Portuense de Belas Artes e foi aluno, em Paris, da Académie Julient. Adotou em sua vida artística o nome de Igo de Pinho, tendo se distinguido como paisagista. Existem quadros seus em Museus no Norte do País, sobretudo no Museu Nacional de Soares dos Reis e no Museu de Grão-Vasco, em Viseu.

João Frederido Teixeira Pinho, escritor do século XIX. É autor das Memórias e Datas para a História da Vila de Ovar, 1868.

José Custódio de Pinho, professor e escritor. Nascido em 1873 no Amarante e falecido no Porto em 1939. Foi inspetor escolar e professor do Liceu do Amarante, consagrando-se à Arqueologia e Etnologia, em que se tornou erudito. Pertenceu à Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia.

Manuel de Pinho, poeta popular do século XVII. Era natural de Lisboa.

Padre Mariano Monteiro de Carvalho Pinho, sacerdote jesuíta, escritor e professor. Nascido no Porto, em 16/01/1894. Entrou na vida religiosa em 07/12/1910 e fez profissão solene de quatro votos em 02/11/1929. Estudou Letras Humanas na Bélgica e Filosofia Escolástica na Espanha. Partiu em 1919 para o Brasil e no Colégio Antônio Vieira, na Bahia, lecionou religião, matemática, português, latim, inglês e fundou a revista Legionários das Missões. Voltou à Europa em 1923. Estudou teologia na Universidade de Innsbruck (Aústria). Em fevereiro de 1946, regressou ao Brasil, voltando a lecionar no Colégio Antônio Vieira.

D. Moisés Alves de Pinho, prelado, arcebispo de Luanda. Nascido em Fiães, Feira, em 17/07/1883. Cursou preparatórios no Seminário das Missões do Espírito Santo da Formiga, Ermesinde, e foi professor em Paris, na França, em 1905. De lá foi cursar Filosofia, Direito Canônico e Teologia na Universidade Gregoriana de Roma, terminando o curso em 1910 com as mais altas classificações.

Joaquim Pinho e Sousa, capitão do exército. Nascido em Miragaia e falecido no exílio, em Paris, em 1831. Em 12/12/1826, foi nomeado comandante dos voluntários Reais de D. Pedro IV, em Vila da Feira. Possuiu um solar em Carcavelos, Santiago de Riba-Ul. Em 19/12/1824, foi agraciado como grande cavaleiro da Ordem de Cristo. Em 1855, foi arrasada sua Quinta em Agramonte, local onde foi construído um cemitério do mesmo nome.

Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal, notável erudito, nascido em Belém, hoje pertencente a Lisboa, em 21/11/1816. Esteve no Brasil, na Bahia, em 1822. Com 18 anos já era alferes. Morreu em 1884. Morou por algum tempo em uma pequena casa que sua família possuía em Santa Maria do Vale, concelho da Feira, quando ferido em uma perna na batalha de Asseiceira, em 1834. Dado a estudos literários, deixou uma grande obra denominada Portugal Antigo e Moderno, que lhe custou longos anos de exaustivo trabalho. Em 1840, quando pintava o teto da igreja de Santa Eulália, em Arouca, encontrou entre os alfarrábios do abade o Diálogo de Vária História, de Pedro Mariz, livro que lhe sugeriu a ideia de elaborar um dicionário geográfico de Portugal. Publicou apenas nove volumes completos, pois adoeceu gravemente quando redigia o décimo volume. A obra foi concluída por seu amigo íntimo, o abade de Miragaia, Pedro Augusto Ferreira, que completou mais três volumes, o último dos quais foi publicado em 1890.

Cristóvão de Pinho Queimado, escritor, do século XVII. Escreveu uma memória acerca de Aveiro, em janeiro de 1687. É a memória mais antiga que se conhece em Aveiro, e foi publicada em 1864 no Jornal Aveirense Campeão das Províncias.

Manuel de Almeida de Pinho Tavares, sacerdote dos fins do século XVIII. Foi cônego na catedral do Faro, provisor e vigário geral do primeiro bispo de Aveiro, D. Antônio de Sousa Freire Gameiro. Escreveu Origem dos Valentes, do qual existe um traslado na livraria do engenheiro civil Manuel de Sousa Brandão, senhor da Casa de Murtosa, tirado pelo Dr. Vicente Carlos Correia de Sousa Brandão, seu tio. Nele descreve apenas a descendência de D. Isabel Valente, filha de Valentim Pires Valente e sua mulher Joana da Silva de Macedo, até o ano de 1779.

Conheci, em Portugal, o Prof. Sebastião Tavares de Pinho, que me forneceu os dados seguintes sobre seus familiares:

Sebastião Tavares de Pinho, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, na área de Estudos Clássicos Greco-Latinos e Portugueses, especialmente da literatura e língua latina clássica e do Renascimento Português. Tem exercido várias funções acadêmicas, designadamente a de vice-reitor da Universidade de Coimbra, de 1986 a 1987. Sebastião Tavares de Pinho nasceu em 10 de junho de 1937 na freguesia de Rocas do Vouga, concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro. É filho de Manuel Martins de Pinho, nascido no mesmo lugar em 31 de março de 1896 e falecido em Rocas do Vouga, em 21 de abril de 1955, e de Engrácia Tavares Coutinho, nascida em 30 de abril de 1900, também no mesmo lugar, e falecida em Guarulhos (São Paulo, Brasil) em 16 de fevereiro de 1968.

São avós paternos de Sebastião Tavares de Pinho:

Sebastião Martins de Pinho e Maria Marques da Silva, residentes no mesmo lugar já mencionado. Ele faleceu no Brasil, em Belém do Pará, em 1904. Ela faleceu em Rocas, provavelmente em 1914. Seus avós maternos foram Joaquim Tavares Coutinho e Ana Rosa Tavares de Almeida, residentes no mesmo lugar. Ele nasceu por volta de 1860 e faleceu em Rocas em 22 de abril de 1955. Ela faleceu em Rocas, muito antes dele.

Sebastião tem dois irmãos: Manuel Joaquim Tavares de Pinho, nascido em Rocas do Vouga em 12 de junho de 1925, residente em Guarulhos/SP desde agosto de 1946, casado com Zulmira Gouveia, têm três filhos: Sérgio Gouveia de Pinho (nascido em 17 de maio de 1958), Sílvio Gouveia de Pinho (nascido em 11 de junho de 1962) e Sueli Gouveia de Pinho (nascida em 22 de julho de 1965), todos nascidos e casados em Guarulhos/SP; e Maria Fernanda Tavares de Pinho Lourenço Marques, nascida em Rocas do Vouga em 07 de maio de 1936, casada com Aureliano Lourenço Marques, nascido em Giesta, freguesia de Oiã, concelho de Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro e falecido em Sydney, na Austrália, em 06 de dezembro de 1966. O casal partiu para a Austrália em 29 de setembro de 1966, onde nasceram seus cinco filhos: Engrácia Maria Pinho Lourenço Marques (nascida em 11 de novembro de 1967, casada em 29 de abril de 2004); Paulo Pinho Marques (nascido em 01 de dezembro de 1968, solteiro); Sandra Pinho Marques (nascida em 29 de outubro de 1969, solteira); Tália Pinho Marques (nascida em 06 de maio de 1971, casada) e Antônio Pinho Lourenço Marques (nascido em 05 de novembro de 1972, solteiro). Vivem todos em Sydney, Austrália.

Sebastião Tavares de Pinho foi casado com Natália Simões Pires Tavares de Pinho, natural de Giesta, freguesia de Oiã, concelho de Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro, a qual faleceu em 2 de junho de 1986. Era enfermeira diplomada pela Escola de Enfermagem do Porto e parteira diplomada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, com a qual tem um filho chamado Luís Antônio Simões de Pinho, nascido em Coimbra em 14 de junho de 1966, advogado, diplomado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, residente em Aveiro, casado com Catarina Isabel Oliveira Abreu de Pinho (nascida em 07 de agosto de 1964), tendo uma filha chamada Catarina Leite de Faria Abreu de Pinho, nascida em 07 de março de 1998.

Pessoas que, na atualidade, vivem em Portugal, com nomes idênticos, que, possivelmente têm as mesmas raízes da nossa família em Minas Gerais. Dados retirados do guia telefônico de 2001:

No Porto:

Manuel Pinho Tavares (engenheiro);
Dr. Miguel Pinho Tavares;
Inês Pinho Tavares, com a qual falei por telefone e me disse ser filha de Alfredo Joaquim Tavares e Joaquina de Pinho Tavares, de Arouca, Aveiro.

Em Ovar:
Antônio Pinho Tavares;
José Pinho Tavares;
Domingos M. Pinho Tavares.

Em São João da Madeira:
Alexandre T. Pinho Tavares;
César Pinho Tavares;
Helena P. Pinho Tavares;
José Pinho Tavares.

Em Vila Nova de Gaia:
Manoel Pinho Tavares;
Deolinda M. Pinho Tavares.

Em Matosinhos:
Armando Pinho Tavares.

Em Oliveira de Azeméis:
Adelaide Pinho Tavares;
Albertino Pinho Tavares;
Alfredo Pinho Tavares;
Antônio F. Pinho Tavares;
Antônio Pinho Tavares;
Fernando J. Pinho Tavares;
José C. Pinho Tavares;
José Pinho Tavares;
Luís M. Pinho Tavares;
Mário L. Pinho Tavares;
Pedro Pinho Tavares;
Ricardo J. Pinho Tavares;
Ricardo R. J. Pinho Tavares.

No Brasil

Outras pessoas da família Pinho, possivelmente parentes de Bernardino, encontravam-se aqui no Brasil, em épocas remotas:

Conde Sebastião de Pinho, capitalista, residente no Rio de Janeiro, diretor do Banco Paris Rio, pelos finais do século XIX, cujas circunstâncias pessoais e familiares ignoramos. O título foi-lhe concedido por Decreto de 9-VII-1891 (D. Carlos), por ter feito um avultado donativo para a fundação de um asilo para inválidos de trabalho na vila de Chamusca (em Portugal), o Asilo Chamusquense, com estatutos aprovados por alvará do Governo Civil de Santarém de 19-II-1892 e hoje integrado na Misericórdia da mesma vila. O conde não tinha quaisquer relações familiares ou outras na Chamusca e aquele donativo deveu-se à sua amizade pelo Dr. João Joaquim Isidro dos Reis, chefe de Repartição da Direção Geral dos Próprios Nacionais, grande influente político no distrito de Santarém e especialmente no concelho da Chamusca, para o qual conseguiu muitos benefícios (Nobreza de Portugal e do Brasil, Direção, coordenação e compilação do Doutor Afonso Eduardo Martins Zúquete, Lisboa, Editorial Enciclopédia Ltda, 1961, Volume III, p. 366).

Em 1740, a Igreja de Santo Antônio de Jacutinga, Recôncavo de Rio de Janeiro, tinha por vigário, o padre Fernando Soares de Pinho (Códice Costa Matoso, Vol. I, p. 812).

Em dezembro de 1750, o Cônego Magistral Manuel de Pinho Cardido era pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, da freguesia de Guarapiranga (mesma fonte supra, p. 256).

Em 1771, viveu em Milho Verde, arraial próximo a Diamantina, Minas Gerais, Manuel de Pinho, de acordo com dados obtidos no Arquivo Histórico Ultramarino (Manuscritos Avulsos de Minas Gerais, Caixa 108, doc. 09, pp. 1/9 – Arquivo Público Mineiro/BH).

Em 1760, Manuel Álvares de Pinho obteve sesmaria em Nossa Senhora da Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais (Revista Arquivo Público Mineiro, Catálogo de Sesmarias, Ano XXXVII, 1988, Vol. II).

Em 1778, o alferes Antônio Ferreira de Pinho obteve sesmaria no Ribeirão Pilatos, território de Villa do Príncipe, hoje Serro (mesma fonte supra).

Em 1799, Manuel Rodrigues de Pinho obteve sesmaria, na freguesia de Catas Altas do Mato Dentro, Mariana, MG (mesma fonte supra).

Em 1801, José Soares de Pinho requereu confirmação no posto de tenente de Vila Rica (Arquivo Histórico Ultramarino, Manuscritos Avulsos de Minas Gerais, n. 11.781, do Arquivo Público Mineiro).

No Dicionário das Famílias Brasileiras, de Almeida Barata / Cunha Bueno) sobre a família Pinho no Brasil, obtive os seguintes dados:

“PINHO: No Maranhão, registra-se a importante família dos Pinhos, do Alto Mearim, procedente de Antônio José de Pinho, casado com Ana Rosa de Jesus. Destes, foi bisneto José João Martins de Pinho, barão do Alto-Mearim, do Cons. de Sua Majestade. Fidalgo, cavaleiro da casa real e cavaleiro da Ordem de Cristo, que teve mercê nova de carta de Brasão de armas. Nobreza Titular: Registra-se nesta linha a importante família do conde Sebastião Lopes da Costa Pinho (1830, Braga, Portugal), que chegou à Bahia por volta de 1860. Labutou nos negócios de fumo. Quando viúvo, seus negócios levaram-no ao Rio Grande do Sul, na cidade do Rio Grande, onde casou em segundas núpcias. Fez fortuna com seus negócios e na década de 80 passou para o Rio de Janeiro, onde sua adiantada visão, no fim do século, tinha instalado um complexo industrial (Empresa Industrial Brasileira) em Sapopemba, hoje Deodoro/Marechal Hermes/Jericinó, com a primeira olaria nacional de telhas francesas, primeira fábrica de tecidos de linho, serrarias, alambiques etc, com o nome de Sebastianópolis. Foi uma das maiores, senão a maior fortuna do fim do século XIX, início do século XX, com diversas outras atividades, inclusive um banco. No Rio de Janeiro comprou e residiu no morro dos ingleses. Em sua residência possuía farta coleção de quadros e objetos de arte, e foi um dos grandes arrematadores do famoso leilão do acervo do Paço Imperial, sendo que muitas dessas peças ainda permanecem na posse de seus descendentes. Proprietário de uma casa de comissões e consignações, estabelecida na antiga Rua do Hospício 3B (1896). Faleceu em 1914, com seus empreendimentos decadentes, pois dimensionara-os muito acima da capacidade da evolução do mercado da época. Como geração dos seus dois casamentos: do primeiro, teve duas filhas, Zulmira e Lucíula. Esta se tornou freira em um convento de Portugal e Zulmira casou-se na Alemanha com um oficial do exército alemão, morto na I grande guerra (Von Bertrap). O segundo matrimônio, contraiu na cidade do Rio Grande/RS, com Louise Kamzetzer, filha de alemães de Hanover, com a qual teve mais dois filhos, Walter Kamzetzer Pinho (1913), sem geração, e Luíse Maria Madalena Pinho, que deixou geração de seu casamento, em 1926, com Franz Oscar Waitz, descendente direto de James Gustav Adolf Waitz (1849-1930), conforme vai descrito no título da Família Waitz, da Bahia. Deste último casal nasceram Maria Regina e José Rodolfo Waitz (Arquivo da Família José Rodolpho Waitz). Heráldica: um escudo em campo de prata, com cinco pinheiros em verde. Timbre: um pinheiro do escudo (Armando de Matos, Brasionário de Portugal, II, 77). Brasil heráldico: José João Martins de Pinho – Brasão de Armas de 23/12/1890: um escudo partido: na 1a pala, em campo de prata uma formiga de sua cor, significando trabalho; na 2a, as armas da Real Confraria de São Salvador de Matosinhos, que são: um escudo partido, na 1ª pala pelas Armas de Portugal, na 2a, em campo de prata, as cinco chagas de Cristo, em vermelho, postas em aspas. Coroa de Barão. Timbre: a formiga do escudo. Suportes: duas águias reais de ouro. Legenda: Honor et Labor.”

E da mesma fonte anteriormente mencionada:

“TAVARES. Brasil: Antiga família estabelecida na Bahia, com ramificações em Minas Gerais, procedente de Simão Tavares dos Santos, alferes de Cavalos, que deixou geração de seu casamento com Francisca da Fonseca, da Cidade de Salvador, Bahia. Entre os descendentes do casal, registram-se: I – a filha Rita Maria Josefa Tavares, natural da freguesia de Guarapiranga, bispado de Mariana, Minas Gerais. Deixou geração do seu casamento com Luís José Ferreira Gouveia, estabelecido em Minas Gerais, membro da família Ferreira Feio; II – o neto, o presbítero João Pedro Ferreira Tavares de Gouveia, natural da freguesia de Guarapiranga, bispado de Mariana/MG. Teve mercê de carta de Brasão de Armas, detalhes adiante. Ao avô paterno, que segue no título dos Ferreira Feio, também foi passada carta de Brasão de Armas, em 1684. Importante família de abastados fazendeiros estabelecidos no Espírito Santo à qual pertence o capitão José Tavares de Brum, proprietário da antiga Fazendinha, que no passado abrangia as terras do lado sul e norte do rio Itapemerim. Foi um dos primeiros habitantes do Itapemerim onde já se encontrava em 1760, com engenho de açúcar. Proprietário de um velho armazém de fazendas grossas, utensílios, material de lavoura e mais artigos para suprir as suas fazendas, no antigo Porto do Barão, depois Porto Bahia e Minas. Em uma das dependências do armazém havia uma fábrica de santos de gesso que pertencia a dois portugueses. Deixou geração de seu casamento com Thomázia da Silva Medella (que depois de viúva, casou-se novamente, com o tenente Luís José Moreira, outro abastado senhor de terras). Entre seus dependentes, registram-se: I – a filha, Leocádia Tavares, que foi casada com o Barão com honras de grandeza de Itapemerim, primeiro membro da tradicional família Silva Lima, do Espírito Santo; II – o filho, Fortunato José Tavares Medella (30/10/1867) fazendeiro, proprietário de terras no Brejo dos Patos, em Itapemirim/ES, casado com Josefa Maria da Conceição; III – a filha, Ana Tavares, casada com o capitão José da Costa Guimarães. Deixou geração do seu segundo casamento com o capitão Eduardo Bello de Araújo, membro da família Bello de Araújo, do Espírito Santo; IV – o filho, capitão José Tavares de Brum e Silva, proprietário da fazenda do Vermelho, do lado norte do rio Itapemerim/ES, e da fazenda São Paulo, de lavoura de café e criação, situada à margem do rio Muquy. Deixou geração de seu primeiro casamento, com Cândida Tavares da Fonseca, da família Cabral da Fonseca. Casado em segundas núpcias com Maria Feijó, filha do capitão Antônio Manuel de Almeida Feijó, antigo escrivão no Itapemerim; V – a neta, Tomázia Tavares (19/01/1868), filha do familiar indicado no item IV. Proprietária da fazenda do Gato, do lado norte do rio Itapemerim. Foi casada duas vezes, a primeira com o português Manuel Bello Xavier, membro da família Bello de Araújo, do Espírito Santo, e a segunda, com o português Manuel Antônio da Fonseca. Heráldica: I – um escudo em campo de ouro, 5 estrelas sanguinhas de 5 raios cada, postas em santor. Timbre: um cavalo nascente de vermelho, selado com peitoral, cascavéis e freio de ouro (Sanches Baena, II, 70). Brasil Heráldico: I – João Pedro Ferreira Tavares de Gouveia, citado acima. Brasão de Armas, datado de 20/07/1785. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro III, f. 201: um escudo ovado e esquartelado: no primeiro quartel, as armas da família Ferreira; no segundo quartel, as armas da família Gouveia; no terceiro quartel, as armas da família Tavares; e no quarto quartel, as armas da família Feio (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 316)”.

Encontrei no arquivo da Cúria Diocesana de Diamantina e na Biblioteca Pública local, os seguintes registros sobre a Família, dos quais não encontrei elo de ligação com os demais:

Em 16/04/1819, foi batizada Maria, filha de Manoel Monteiro de Pinho e Tereza Maria de Jesus (caixa 298 – Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Diamantina).

Em 04/10/1819, foi batizado Firmiano, filho do capitão Albano de Monteiro Pinho. Foram padrinhos: capitão João Batista Correa Machado e Mathilde Flora de Camarão Bitencourt (caixa 298 – CMD).

Em 04/10/1731, casaram-se Francisco Teixeira e Clara de Pinho, filha legítima de Simão de Pinho e Josepha, em Rio do Peixe.

Em 10/02/1823, na capela de Santo Antônio de Gouveia, filial da Matriz de Santo Antônio do Tijuco, o Pe. Manoel Ribeiro de Oliveira batizou a inocente Delmira, filha legítima de Joaquim Coelho de Pinho e Tomásia Maria da Conceição.

Em 27/10/1825, casaram-se José Antônio de Mendonça Pinho (filho de Ana Alves de Pinho) e Tereza Maria Duarte, na capela de Santa Ana de Congonhas, filial da matriz de Nossa Senhora da Conceição de Mato Dentro.

Em 1825, foi aberto inventário de Manoel Monteiro de Pinho, casado com Tereza Maria de Jesus, que deixou sete filhos maiores: Inocêncio de Pinho, José Monteiro de Pinho, Francisco de Pinho, Manoel de Pinho, Estevão de Pinho, Maria de Pinho e Firminiana de Pinho (maço 212 – Biblioteca Púb. De Diamantina).

Em 04/05/1833, Lourenço Ferreira Pinho testemunhou o casamento de Luiz José dos Santos, no arraial do Tijuco.

Em 04/06/1847, Antônio Francisco de Pinho e Maria Joaquina Marcolina batizaram Antônio, filho de Francisco Alves Rodrigues.

Em 02/05/1849, foi batizado João, filho de Fortunato Pinho de Carvalho e Fabiana Bernarda de Jesus, no Tijuco.

Em 24/11/1858, casaram-se Constância Ferreira Pinho e Antônio Alves Batista, no Tijuco.

Em 12/04/1861, João Pereira de Pinho e Bento Pereira de Pinho foram testemunhas de casamento de Joaquim Pedro da Fonseca, no Tijuco.

Em 25/01/1872, foi batizado, no arraial do Tijuco, o inocente Bento, sendo padrinhos Joaquim de Pinho Tavares e Leopoldina Perpétua de Araújo.

Em 23/11/1873, casaram-se no arraial do Tijuco Joaquim Pinho Araújo, 28 anos, e Maria Quitéria de Araújo, 21 anos.

Em 08/11/1874, casaram-se Tibúrcio e Cecília, escravos de José Pinho de Oliveira.

Em 20/01/1875 casaram-se Francisco Diogo de Araújo Tameirão e Theodolina Ursulina de Pinho. Foi testemunha Jacinta Cândida de Araújo juntamente a José Severiano de Araújo e Bernardo Félix Rosa.

Em 09/1876 casaram-se na igreja de Santo Antônio, no Tijuco, Leonel Fernandes dos Santos, 18 anos, e Guihermina Ferreira de Pinho, 20 anos.

Em 25/10/1876, casaram-se Joaquim Caetano de Sousa, 31 anos, e Jesuína Pinho Silva, 21 anos.

Em 02/11/1876, casaram-se, na Matriz de Santo Antônio de Diamantina, João Batista Lopes de Figueiredo e Alice Alves Pereira. Foram testemunhas Manoel Procópio Ribeiro Leão e Sebastião de Pinho Tavares.

Em 02/05/1883, faleceu Joaquim de Pinho Tavares (pai de Serafim e Joaquim) que está sepultado na Cidade de Diamantina (Arquivo da Cúria Diocesana de Diamantina, Livro de Registro de Óbitos).

Em 1889, foi batizado João, filho de Etelvina de Pinho Tavares, nascido em 24/06/1889, sendo padrinhos: Teodoro de Souza Ramos Passos e Maria de Pinho Tavares. Batizado feito pelo bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos (Arquivo da Cúria de Diamantina, caixa 296, Livro de 1864 a 1889, p. 51).

Em 1897, Maria de Pinho foi madrinha de batismo, em Diamantina, do filho de Joaquim Honorato Pereira da Silva.

José Monteiro de Pinho, inventariante de Inocência Perpétua de Jesus. Deixou três filhos: Francisco Monteiro, Maria Cândida de São José Monteiro e Firmiano Monteiro (Biblioteca Pública de Diamantina, processo do Cartório do 2o Oficio, Maço 198, data 1867).

Adão de Pinho Tavares, casado com Felicidade, residiu em Diamantina, à rua Macau de Baixo. O lote fazia divisa, do lado direito, com casa de Jacinto Pinho Tavares, e do lado esquerdo, com o fundo do quintal de Luís José de Figueiredo (Biblioteca Pública de Diamantina, Maço 266, processo do Cartório do 2o Ofício).

Manuel Monteiro de Pinho, casado com Teresa Maria de Jesus, faleceu em Diamantina em 25/02/1846 (Biblioteca Pública de Diamantina, Maço 212, Cartório do 2º Ofício, processo de Inventário datado de 1825).

Manuel da Paixão Tavares de Pinho, faleceu em Diamantina, em 05/10/1813 (Arquivo da Cúria Diocesana de Diamantina).

Vasculhando o Arquivo Histórico de listagem de imigrantes portugueses, com o sobrenome Pinho, encontrei os seguintes:

Albino Rodrigues Pinho, chegou ao Brasil em 22/12/1892, com 27 anos de idade;
Alexandre Pinho, chegou em 16/05/1887, com 25 anos;
Andrés Torres Pinho, chegou em 31/05/1897, com 30 anos;
Antônio de Pinho, chegou em 21/06/1895, com 24 anos;
Antônio Nunes de Pinho, chegou em 06/04/1891, com 23 anos;
Antônio Rodrigues de Pinho, chegou em 22/11/1872, com 13 anos;
Augusto Roiz Pinho, chegou em 12/02/1895, com 27 anos;
Benjamin Pinho, chegou em 11/10/1895, com 17 anos;
Benjamin Pinho, chegou em 11/10/1895, com 27 anos;
Bernabé Marques Pinho, chegou em 29/11/1904, com 40 anos;
Caetano Maria de Pinho, chegou em 05/11/1884, com 39 anos;
Custódio Lourenço de Pinho, chegou em 03/07/1892, com 44 anos;
Elísio Tavares de Pinho, chegou em 02/01/1887, com 32 anos;
Emília de Pinho, chegou em 20/04/1895, com 2 meses;
Francisco de Pinho, chegou em 10/11/1889, com 28 anos;
Francisco Luís de Pinho, chegou em 02/03/1884, com 17 anos;
Francisco Moreira de Pinho, chegou em 13/02/1887, com 30 anos;
João de Pinho, chegou em 02/03/1888, com 22 anos;
João Ferreira de Pinho, chegou em 06/04/1887, com 53 anos;
Joaquim de Pinho, chegou em 30/11/1886, com 24 anos;
Joaquim Gomes de Pinho, chegou em 29/11/1890, com 23 anos;
José da Silva Pinho, chegou em 13/10/1888, com 35 anos;
José de Pinho, chegou em 09/02/1884, com 39 anos;
José Joaquim de Pinho, chegou em 30/10/1888, com 42 anos;
Manuel Pinho, chegou em 12/11/1882, com 51 anos;
Rosa Maria da Cruz Pinho, chegou em 02/01/1887, com 27 anos.

Ao terminar este trabalho sobre os Pinho Tavares e suas origens, apraz-me evocar aqui uma outra família, a dos Pereira Araújo Abreu, que desde tempos remotos, mesmo em Portugal, foi intimamente ligada aos Pinho Tavares, registrando pessoas com dito sobrenome em Minas Gerais, à época em que viveu Bernardino:

Antônio Pereira de Abreu, o qual, em 1801 requereu permissão para construir uma capela em sua fazenda em Conceição do Mato Dentro (Arquivo Histórico Ultramarino, Manuscritos Avulsos de Minas Gerais, nº. 11.482, Arquivo Público Municipal/BH).

Em 1804, Luís de Araújo Abreu, alferes do Tijuco, requereu confirmação no posto (mesma fonte supra, n. 12.422).

Cristóvão Pereira de Abreu, irmão e curador do Reverendo Dr. Manuel de Amorim Pereira de Abreu, que em 1751 viveu na fazenda “Condado”, em Conceição do Serro Frio, a qual fazia divisa com Milho Verde (Revista do Arquivo Público Mineiro, ano 1921, pgs. 389/390).

Maria Francisca de Jesus, viúva de Joaquim Pereira de Araújo Abreu, oriunda de Minas Gerais. Após sua viuvez teve terras no “Sítio do Dourado”, às margens do rio Jacará-Pepira, no local denominado “Bairro do Dourado”, hoje cidade de Dourado, no Estado de São Paulo, conforme registro n.190, fl. 110v, Livro n. 20, Registro Paroquial de Terras, freguesia de Brotas, com anotações datadas de 1856.